quinta-feira, 10 de março de 2011

O Caminho de um Xamã

 Quando ingressei nos estudos do xamanismo nos idos de 1995, estava em Barcelona, Espanha. Áquela época tinha 28 anos de idade. Solteiro e a procura de um caminho espiritual. Nas margens do Mar Mediterrâneo tive o chamado. Nem sempre aqueles que sentem o chamado possuem forças para respondê-lo. A minha resposta demorou mais de quinze anos depois. S...omente fui compreender o chamado quinze anos depois. Aprofundei-me no assunto, estudando as condutas dos índios norteamericanos, quando, mais uma vez, através do chamado, me vi em plena floresta amazônica junto a uma verdadeira família de índios brasileiros. Isso ocorreu nos idos 2009. Daí, o início de uma nova dimensão de vida pra mim, na busca da verdadeira paz interior.
 O que seria esse chamado, poderiam perguntar os mais curiosos. Tratou-se de uma sensação diferente, através de pensamentos que fluiram a vagar minha mente, como se estivesse num sonho. Mas sonhos sâo oniricos e aqueles pensamentos foram absolutamente reais. Com o auxílio de um simples tambor e maracas os pensamentos flutuavam sem eu saber dar uma resposta. Essa resposta, veio, como disse, quinze anos depois.
O chamado, dizem os Seres de outras dimensões, é para poucos. Por isso sempre me senti privilegiado nessa busca. Precisou coragem também. Lembrem-se, não se trata de sentar e estudar um bom livro e pendurar na parede o título de xamam. Não sou xamam e aconselharia aos estudiosos a duvidarem daquele que se diz xamam. Sempre digo que somente outra pessoa pode sim denominar alguém xamam e curador. Portanto não so xamam, apenas aceitei uma chamada e consigo adentrar nesse misterioso mundo- com muitas respostas. E enquanto estiver com paz no coração não haverá a necessidade do diploma na parede. Não vou contra a maré dos cursos de xamanismo, aqueles que se pagam. Entendo que estudiosos no assunto podem e devem vender suas saberdorias. Eu mesmo, nunca frequentei nenhum curso, mas confesso, li diversos artigos e livros sobre o assunto. Talvez até, a prática desses cursos seja bastante interessante para se conectar com outras pessoas, como um net work. Só isso.
A vivência e experiencias são fundamentais para a dinâmica no ingresso de dimensões paralelas a vida do aqui e agora, a vida real. Note-se, que para alguns xamans de verdade, em tribos no mundo a fora, a realidade é lá e não aqui. Os preconceituosos de plantão- os quais provavelmente não estarão lendo essa nota, entendem que aquelas realidades de dimensões paralelas são alucinações. Daí, nem entrarei no mérito. Ou se crê ou não se crê.
Eu sei onde fui, onde estou e onde posso ir nessas dimensões. Muitas  vezes os próprios sonhos - mesmo em confusões e complexidade de entendimento podem nos colocar em conexão direta com essas diimensões´paralelas. Outras vezes a percepção pode ocorrer com os olhos abertos. Basta um exercício diário de meditação. De desligamento. De não pensar em nada e em ninguém. Apenas sentir.
   Poderia definir xamanismo com a prudência da   ligação das forças negativas com forças positivas através da meditação plena com as forças da natureza. As respostas dos pensamentos flutuantes em nossas mentes podem estar na observação plena da natureza composta por seres minerais, vegetais e animais.Bem como, seres invisíveis indisponíveis de caráter humano. A busca pelas respostas nem sempre é fácil. Aliás, encontrar o equilíbrio mental é tão difícil quanto equilibrar o peso do corpo numa corda fixa. E esse equilíbrio é a fase de escutar as respostas. Porém, nem sempre as respostas são satisfatórias ou nem sempre aparecem. Tudo é um exercício de disciplina. O encontro com o Divino, com o Sagrado,é um caminho longo de pensamentos.Mas vale a pena.
 E essa é a minha religião, meu religare com o Grande Mistério, Wakantanka. A soma do respeito pelos nossos ancestrais auxilia muito o desenvolvimento desse religare. Através dos índios brasileiros no Acre-Peru aprendi o respeito a manutenção da cultura e rituais. O uso de Plantas de Poder é uma ferramenta usada por essas tribos, tal qual outras no mundo.
 O assunto sobre o uso dessas plantas pelo homem branco é polêmico. Portanto deixarei de lado essa parte.  O que posso afirmar é a seriedade como essas Plantas devem ser usadas, pois, nem todos estão preparados para o uso  e conexão com elas. É aquilo que chamei do chamado. Se não houve o chamado, sugiro a cautela. Se houve, sugiro a coragem. Ocorre, nos meus ensinamentos aos neófitos prudentes, que as ferramentas usadas para filtrar novas dimensões não se faz com as plantas de Poder. Com os olhos fechados, um bom tambor e boas maracas, e muita persistência acaba-se atingindo as mesmas dimensões. Muitas vezes, o silêncio interno e um belo nascer do Sol podem trazer muitas respostas, tal qual um dia de chuva e tormenta. Tudo é resposta, bastando a simplicidade do observador. Isso é xamanismo.
Otávio Augusto Rossi Vieira.
Facilitador na busca do Grande Mistério

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